Não é então estranho que tenhamos essa estranheza diante de nós? O que somos está mais distante, num passo mais adiante que o logo após.
Não é verdadeiro aquilo que tenho feito e dito, ou mesmo tratado? O que desejamos está mais próximo do que achamos ser errado.
Ah! Há tão poucas pessoas que amem essas coisas que nunca existirão! Somos tão pequenos, tão sentidos um pelo outro, de uma conexão tal que se me escapam as palavras!
Negamos então, convictos de ser assim, que algo que está tão próximo de mim, seja sincero e sem fim?
Então não, não caminhemos no outeiro nas tardes altas construídas de um tédio de mim mesmo, que desliza de auto abaixo manchando de ópio o sonho de o sonhar. Foi mais um pensamento meu de ti que a mim sinto e digo, e recordo tê-lo dito te amar.
Assim, nestas lacunas de uma noite cheia de estranhamentos, ouve-se um sussurro de um singelo lamento...
Deixe-me ignorá-lo! Ignorá-lo é prová-lo já, sem máscaras ou ficções de interlúdios fixadas,
Sem almas ou ternas formas armadas de inverno secular,
E assim possamos ser como duas figuras num longínquo vitral, entrelaçadas de laçadas amalgamadas nas cores que se desfiguram,
No sentido mudo e cru das mais breves coisas breves,
Sendo o que temos sido um ao outro,
Deixando o que seremos depois disto, estando mais próximo de um qualquer paraíso.
Deixe-me ignorar-te! Ignorar-te é prová-la já, sem suspiros de um coração de jaspe negro, sem conflitos de uma alma fanada, cercada de muros altos e sem ser que a si se assombre.
Tratemos disso...
Sê verdadeiro naquilo quanto faças, pois assim será Tu;
Sê verdadeiro naquilo quando faças, pois assim será Todo.
Me peguei dormindo... Passa, se eu me medito; se desperto, passou.
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