Muita gente vem me perguntando como fazer pra comprar um exemplar, quanto custa, o preço do frete, enfim, quanto ficaria o custo final para adquirir meu livro.

Tendo em vista essas dúvidas e mais ainda, o interesse dos leitores do Blog, resolvi criar a “LISTA DOS 20”. Como funciona essa lista?

As pessoas interessadas em comprar o livro poderão mandar um e-mail para lucas_botos@hotmail.com passando seu endereço e telefone. Quando o número de interessados chegar a 20 pessoas, fecharemos o grupo, ligaremos avisando e confirmando o pedido. Assim, encomendaremos para a editora 20 exemplares de uma só vez diminuindo o custo de impressão e frete.

Qual a vantagem?

O livro chegará à sua casa por apenas R$ 35,00.

Bacana não é? Então não deixe de mandar o e-mail e colocar seu nome na lista.


Clique no link abaixo e leia o primeiro capítulo do livro

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sobre ser titia... by "Karen Marchesini Arduino"

As vésperas de ver meu único e amado sobrinho completar seus três aninhos, já sinto-me a vontade para comentar sobre esta experiência sem igual.
Ainda não sou mãe, talvez por este motivo este amor de titia para sobrinho seja tão forte, talvez a sequência mais correta seria: você fica anos convivendo apenas com adultos e de repente tem a oportunidade de ver crescer uma criaturinha que cada dia te surpreende mais com tanto amor e carinho, é uma delícia.
Pois é, fui abençoada, e minha irmã me deu este presente há três anos. Foi a melhor coisa que ela fez no mundo até hoje. Não sei descrever com exatidão, afinal nenhum amor é totalmente descritível, mas diria que é algo sem limites, com um agravante chamado convivência que consolida ainda mais este amor a cada dia.
O que seria de mim sem ver aquele sorriso infantil, participar daquelas brincadeiras sem maldade, ver todo tipo de atitude inesperada, ou até mesmo chamados de urgências para matar um besouro e mais todas aquelas beijocas, ah como nos fazem bem!
Aprendi muito ao ser tia e muitas vezes, brinco que já tenho experiência de sobra para ser mãe, tomara que sim, valeu muito a pena e continuará valendo. É um amor que só vivendo-o podemos conhecê-lo na sua amplitude.
È algo mais ou menos assim, a cada passo, a cada avanço você comemora como se fosse seu filho e junto do seu irmão (no caso minha irmã) você aprende amar, respeitar e zelar: um amor simplesmente diferente.
È uma satisfação ter um sobrinho tão inteligente, amoroso e lindo como eu tenho.

TE AMO LUCAS.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Chico Goró em: Pra qual time você torce?


Tava de saco cheio. Pelota da vida. Ocioso e sem vontade. Até que escuto alguém bater na porta do quarto da pensão: - Chico “vêi”! Você ta aí? Nossa! – pensei -. É o Manga. Pra quem não sabe o Manga é um cara fanático pelo Corinthians, e como todo corinthiano que se preze, é maloqueiro e muito louco. Não respondi. Fingi que não estava, mas não adiantou, do outro lado da porta veio a voz: - A muié da pensão já falou que você está aí, não adianta se fingir de morto seu galo cego! Levantei, coloquei minha sandália de couro surrada e fui abrir a porta. Saímos da pensão e no dirigimos direto para o Bar do Povo, esquina da São Paulo com a Rio Grande do Sul, afim de ver uma partida de futebol. Timão e Palmeiras. Sentamos na mesa, ou melhor dizendo, nas cadeiras que rodeavam a mesa. Manga pediu uma gelada e eu um conhaque. De repente, um camarada meu esquisito bateu nas minhas costas e perguntou: - Pra que time você torce mano? O homem tinha lá seus um e oitenta de altura por três e meio de largura. Olhei bem para ele, analisei-o de cima embaixo, tentei descobrir pelo gingado ou pelo sotaque por qual time o sujeito torcia, era minha vida que estava em risco. Nada, então tomei um farto gole de conhaque e respondi firme: - Nos dias ímpares, quando eu tomo cerveja, torço pra o time que começa jogando do lado esquerdo do campo na visão do juiz. Nos dias pares, quando bebo conhaque, eu torço pra quem começa jogando do lado direito do campo, também tendo como referência o juiz. Manga levantou uma das sobrancelhas e muchou  a boca. Não tinha entendido. O sujeito que havia me feito a pergunta também, mas para não se passar por ignorante, me deu um tapa nas costas que descolou minha bunda da cadeira e falou: Esse é dos meus! – e saiu balançando a cabeça, ainda sem entender nada. Pedi mais uma cerveja, pois tinha que recompor todo o líquido que tinha perdido transpirando ao tentar encontrar uma resposta que me tirasse daquela enrascada. Ao me ver tomando cerveja, Manga muito sabiamente perguntou: Me diz uma coisa “véio”. Você falou pro brutamonte que quando tomava cerveja torcia pra um time, quando tomava conhaque pra outro, mas to vendo você tomar os dois. Agora não entendi. Afinal, pra qual time você torce Chico? Respondi sem pensar muito na pergunta: Meu discípulo inocente, aprenda desde já. Minha mãe já me dizia quando saía de casa para passear em lugares diferentes. “Boi em pasto estranho vira vaca”. Manga riu tanto que dava pra ver a salsicha mastigada dentro da sua boca. Quando conseguiu respirar um pouco disse: - Dorme com um “baruio” desse, dorme.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sobre ler e escrever...

Escrever. Acho isso um dom. Não por me considerar um extraordinário escritor, mas por gostar de escrever e ter prazer a cada história contada. Confesso que muitas vezes erro na gramática e tento me policiar sempre, mas, é nas história em si que me realizo. Quando fui escrever o livro, a ideia principal veio do nada. Simplesmente fui escrevendo. O cenário, os nomes, os personagens surgiam e povoavam minha imaginação e eu apenas ai passando tudo para o papel, ou melhor para o computador. Quando acabei de escrever a híitória, nem os capítulos estavam separados, fiz tudo depois, relendo-o por inteiro. Ao terminar, uma onda de relaxamento percorreu meu corpo, sabe, como quando você acaba uma tarefa que exigiu todo seu esforço, mesmo sendo muito prazerosa. 
No Brasil a leitura nunca foi estimulada de maneira correta, penso eu. A começar pelos pais que não dão o exemplo em casa. Te pergunto: - Quantas vezes flagou seu pai ou sua mãe lendo um livro. Quantas vezes um dos dois comentou com você sobre algum texto ou uma história bacana e interessante que leu em um livro. E depois nas escolas. Os professores sempre nos forçavam a ler livros de difícil acesso literário ,  nós que estavamos apenas dando os primeiros passos na leitura, e com isso muitas vezes nos traumatizavam profundamente. O livro é uma janela aberta para o “tudo”. Ele ilumina sua mente, oxigena seu cérebro com palavras que talvez você nunca escute da boa de ninguém. Quando você lê sobre um castelo por exemplo, por mais detalhes que o autor lhe dê, cada um vai construir em sua imaginação, um castelo totalmente diferente. Esse é o grande barato do livro, diferente do filme que já vem pronto. O livro você pode levar para onde quiser, pode ler com ou sem energia elétrica, pode sentir o cheiro do papel, pode grifar os trechos que mais gostou e ler quantas vezes quiser. Alguém pode dizer: Mas dá uma preguiça ler. Sim! Mas só quando a leitura não lhe agrada. Quando ela deixar de ser obrigação e passar a ser diversão, isso logo acaba. Eu mesmo não me habituei a ler desde pequeno. Fui pegar o gosto pela leitura já mais velho. E desde que comecei a ler, fiz planos de um dia escrever meu próprio livro. Tudo que gosto em um bom livro, procurei colocar no Enigma. Para quem não tem o costume de ler, vou dar uma dica. Escolha um livro cujo tema lhe atraia. Leia-o quando tiver vontade e preste atenção naquilo que lê. Entre na história e se imagine dentro dela. Assim, quando você menos esperar, não vai conseguir ficar sem ler um bom livro por muito tempo. É como uma droga boa, que vicia seu cérebro e ele não consegue ficar sem a adrenalina provocada pela emoção das histórias escritas nos bons livros. 
Os textos e crônicas deste blog, são como aperitivos para o prato principal. Espero que continuem a acessar o Blog. Os textos estão sendo escritos com muito capricho para vocês. E quem tiver a oportunidade de ler o meu livro :  Enigma – O mistério da Carta, com certeza não vai se arrepender.

Um grande abraço a todos.


Lucas Botós

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Papo cabeça entre dois bebês recém-nascidos...

- E aí, véio?
- Beleza, cara?

- Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.
- Quer conversar sobre isso?
- É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me botando um terror, sabe?
- Como assim?
- Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar. Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer me pegar?  Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com alguém?

- Nunca.

- Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai foi fazer na roça? E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?
- Como assim, véio?
- Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles dois tão
de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear. É isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!
- Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.
- Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.
- Tipo o quê?
- Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato. Assim, do nada. Maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!
- Caramba! Mas por que ela fez isso?
- Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.
- Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara.
- E sabe a Francisca ali da esquina?
- A Dona Chica? Sei sim.
- Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá, paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.
- Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.
- Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe mesmo... Ela me contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.
- Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia fazer isso com o filho.

- Mas é ruim saber que o casamento deles não está dando certo... Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela chama ele de
'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar ladrilho em tudo, só pra ele passar desfilando e tal.
- Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.
- É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo, ela disse que a vizinha cria perereca na gaiola... já viu...essa rua só tem doido...

- Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?
- Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito

Sobre a voz do coração...

A maioria das músicas de hoje em dia são como as pessoas, habitantes deste insignificante planeta. Rasas e com pouco conteúdo. Sabem de tudo e não entendem nada. Entram na internet, invadem programas, descobrem senhas, mas não conseguem se entender com a própria família. É triste e incerto o futuro desse mundo. Acredito que teremos que nascer várias e várias vezes até evoluirmos para nos transformarmos em seres mais sensatos e humanos. Temo pelos nossos filhos, pois os valores estão invertidos, a educação transgredida e a razão posta a prova. Esquecemos-nos muito facilmente do passado, não temos enraizado em nosso caráter, um sentimento muito antigo chamado “gratidão”, penso ser este o pai de todos os outros. Temo também pelo “amor”. Ele, a cada dia que vivemos, vai ficando em segundo plano em nossas decisões, em nossos julgamentos e principalmente na nossa lista de prioridades. Sim! Inconscientemente temos uma lista e arrumamos tempos para os temas que encabeçam o topo, damos atenção e “prioridade” as que estão relacionadas no início da página. Você me perguntaria: Em que lugar está o Amor? É claro que cada qual tem sua lista. Posso falar da minha e não serei hipócrita. Não está em primeiro lugar. Me esforço, tento, luto, mas as situações rotineiras o empurram para baixo. Por isso, peço desculpa a todos que, de certa forma deveriam ocupar os primeiros lugares na minha lista e que por um motivo ou outro não estão lá. Deveria e vou tentar mudar essa realidade, vou impulsionar o Amor e recoloca-lo em primeiro plano. Tenho um filho de três anos. É a criatura mais doce que já conheci e sabem por quê? Ele ainda não conhece os valores distorcidos do mundo e toma suas decisões de acordo com as leis que regem o seu pequeno coraçãozinho. Na faculdade de Musicoterapia, estava eu em uma aula de anatomofisiologia, quando a professora explicava sobre a respiração. Achei maravilhoso quando ela disse:
- Se vocês quiserem saber como respirar corretamente, basta observar um bebê.
Realmente, a respiração é perfeita, toda concentrada no diafragma, sem movimentar um centímetro o peitoral. Depois, quando crescemos, adquirimos vícios e como na vida deixamos de nos orientar pela natureza e passamos a seguir a multidão, os modismos e a falta de originalidade, onde o ter significa mais que o ser.
Vou me espelhar mais em meu filho. Vou reestruturar minha lista. Vou ouvir mais a voz do meu coração e voltar a respirar como um bebê.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sobre lista de prioridades...

As músicas de hoje em dia são como as pessoas, habitantes deste insignificante planeta. Rasas e com pouco conteúdo. Sabem de tudo e não entendem nada. Entram na internet, invadem programas, descobrem senhas, mas não conseguem se entender com a própria família. É triste e incerto o futuro desse mundo. Acredito que teremos que nascer várias e várias vezes até evoluirmos para nos transformarmos em seres mais sensatos e humanos. Temo pelos nossos filhos, pois os valores estão invertidos, a educação transgredida e a razão posta a prova. Esquecemos-nos muito facilmente do passado, não temos enraizado em nosso caráter um sentimento muito antigo chamado “gratidão”, penso ser este o pai de todos os outros. Temo também pelo “amor”. Ele está a cada dia, ficando em segundo plano em nossas decisões, em nossos julgamentos e principalmente na lista de prioridades. Sim! Inconscientemente temos uma lista de prioridades. Arrumamos tempos para as que ficam no topo. Damos atenção e “prioridade” as que estão relacionadas no início da página. Você me perguntaria: Em que lugar esta o Amor? É claro que cada qual tem sua lista. Posso falar da minha e não serei hipócrita. Não está em primeiro lugar. Me esforço, tento, luto, mas as situações rotineiras o empurram para baixo. Por isso, peço desculpa a todos que, de certa forma deveriam ocupar os primeiros lugares na minha lista e que, por um motivo ou outro, não estão lá. Deveria e vou tentar mudar essa realidade, vou impulsionar o Amor e recoloca-lo em primeiro plano. Tenho um filho de três anos. É a criatura mais doce que já conheci e sabem por quê? Ele ainda não conhece as impurezas do mundo e deixa somente seu coração o guiar. Na faculdade de Musicoterapia, estava eu em uma aula de anatomofisiologia, quando a professora explicava sobre respiração. Achei maravilhoso quando ela disse:
- Se vocês quiserem saber como respirar corretamente, basta observar um bebê.
Realmente, a respiração é perfeita, toda concentrada no diafragma, sem movimentar um centímetro o peitoral. Depois, quando crescemos, adquirimos vícios e como na vida, deixamos de nos orientar pela natureza e passamos a seguir o pensamento do homem, apenas seguimos a multidão, e é por isso que o mundo é este. 
Vou aprender mais com meu filho. Vou reestruturar minha lista. Vou seguir mais a voz do meu coração.

Deviamos pensar mais sobre isso...

"Os homens perdem a saúde para ganhar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde...vivem como se nunca fossem morrer, depois morrem como se nunca tivessem vivido"
                                                Dalai Lama

Deviamos pensar nisso...

"Os homens perdem a saúde para ganhar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde...vivem como se nunca fossem morrer depois morrem como se nunca tivessem vivido"

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Atendendo a pedidos... Chico Goró em: Como escolher a pessoa certa para se casar.

“Assim como são as pessoas, são as criaturas” disse o poeta (bebaço) um dia.
Não sou romântico, a não ser em certas horas que se faz necessário.  E foi numa dessas horas que conheci Marilda. Moça recatada, estudiosa e de boa vizinhança. Sim, freqüentadora de festas familiares, estudava no Barão do Rio Branco e morava nas últimas ruas de um bairro muito amistoso, chamado Jardim Imperial. E foi nesse bairro que a conheci. Estava eu tocando num baile do famoso clube Olho de Águia, que muitos maldosos chamam de “risca faca”. Apenas pessoas da mais alta classe freqüentam o lugar e Marilda, por ser uma delas, estava lá. Dançava no meio do salão de mini-saia jeans e tomara-que-caia branco. Uma belezura! Muitos marmanjos a cercavam, porém ela só tinha olhos para mim. Depois, ao final do baile, ela esperou eu guardar a traia musical e demos uma escapada até a cantina da Zoraide. Tomamos umas cervejas, ela aproveitou que eu estava pagando e misturou um conhaquinho, só pra esquentar. Êta mulher bacana essa Marilda, pensei. Tive sorte de achar essa moça boa no meio do baile. Tirei a sorte grande. E com esse pensamento levei Marilda pra pensão. Que noite meu amigo! Essa Marilda era mulher pra casar. No dia seguinte resolvi fazer uma surpresa para minha nova namora. Vendi minha garrafa de conhaque Dreher, que eu tinha comprado na copa de 94. Adorava aquela garrafa que me trazia boas lembranças mas isso é outra história. Vendi a garrafa com o conhaque dentro para comprar a aliança da Marilda. Fui até o terminal, peguei o busão e desci no Imperial, em frente ao bar do finado Pascoal. Meu coração tava na boca. Nunca tinha pedido ninguém em casamento antes. Quando cheguei na rua, não me lembrava o número da casa e fui perguntar para um dos moradores que estava de bobeira na calçada. O camarada me orientou dizendo que era a casa que ficava depois da árvore sete copas e complementou: - Vai de mansinho e com jeito que você traça mãe e filha, pois a "véia" é de lascar. Aquelas palavras me deixaram intrigado. Como uma filha tão jeitosinha e bucólica poderia ter uma mãe assim, rampeira e mal falada na boca do povo? Com aquele pensamento subi no ônibus para voltar a pensão. No caminho, mesmo sem ter uma gelada pra esclarecer meus devaneios, fiquei matutando e resolvi procurar ajuda profissional. Desci no centro da cidade e comecei a olhar as placas das lojas até me deparar com uma que dizia: Clinica veterinária, cinqüenta anos de tradição. Pensei: Opa! É aqui mesmo!
Adentrei no local e disse a recepcionista que gostaria de falar com o veterinário. Veterinário é muito mais entendido que médico ou psicólogo, pois ele tem que descobrir o que ta acontecendo sem o paciente falar. Bom, mas voltando ao assunto, eu não queria abrir minha vida particular para um sujeito que mal conhecia, sendo assim disse a ele:
- Doutor! Tô com um sério problema. Eu tenho uma cachorra novinha de tudo, muito bonita e jeitosa, mais a danada é tranqüila, sossegada, muito diferente da mãe que é uma espoleta, anda pra tudo lado, caça, guarda a casa, fogueteira que só vendo, um espetáculo. Acho que vou dar embora a filha, pois é muito diferente da mãe. O velho veterinário me olhou, colocou a mão no meu ombro e disse do alto dos seus cinqüenta anos de experiência:
- Fique tranqüilo! Essa cadelinha que você me disse vai ficar muito melhor que a mãe.
Sai da clínica triste e feliz. Triste por ter vendido minha garrafa de conhaque preferida e feliz por não ter entrado numa fria. Você pode me perguntar. Mas por que Chico?
Respondo-te sem titubear: Assim como são as pessoas, são as criaturas.

Sobre Casamento... "Karen Marchesini Arduino"

Quantas brincadeiras, piadas e conselhos ouvimos sobre casamento, mas uma coisa é certa: os solteiros querem casar e os casados sentem falta da liberdade da vida de solteiros, isso é uma constante.
       Obviamente não sou a pessoa mais experiente do mundo, para falar sobre relacionamento, mas sempre tive algo muito importante na minha mente, devemos ser racionais. Hoje sou casada e feliz demais.
       Quem não sonha em ter sua casa, sua liberdade e um companheiro para todos os momentos? Pois bem, aprendi a comemorar a cada mobília nova que compramos, brindamos juntos cada nova conquista, nem que seja a compra de algo bem simples.
        Casamento não é apenas dividir sua cama com alguém que você não conhecia e que agora faz parte de sua vida, é compartilhar sua vida com aquele que claro tem defeitos, mas aprender a conviver e fazer isso com paciência e amor, nos faz crescer.
        Não completei meus dois meses de casada, mas esta fase que vivemos a cada instante que estamos juntos é muito saudável. Chegar em casa e ter alguém nos esperando é muito gostoso, planejar o que deve ser feito, falar sobre as despesas, ir ao supermercado, ou coisas do tipo juntos é muito familiar, pois é, eu adorei casar.
        Não encaro casamento como uma cadeia, todos temos nossos compromissos, nosso trabalho, nossas preferências e manias que ninguém consegue mudar, mas é esta liberdade que nos faz sentir saudade de ir para casa, onde temos paz, felicidade e união.
       Claro que nem para todos o que falo faz sentido, mas uma vez acrescento que minha opinião não é a mais adequada ou verdadeira do mundo, mas acho importante compartilhar, construir, conquistar, planejar e claro futuramente ter filhos.
       Ter uma família, com certeza é o sonho de mais da metade do mundo, mas você pode me dizer que tem milhões de pessoas se divorciando, eu sei, é natural. Por isso sempre digo: não case porque ficou grávida, ou porque quer ter uma vida melhor.     Para duas pessoas ficarem e permanecerem juntas é preciso amor e admiração. Morro de orgulho do meu esposo e a cada obstáculo vencido comemoramos sim, hoje e sempre!
       Sobre o casamento só tenho a agradecer a Deus por ter-me dado a oportunidade de ter alguém do meu lado que realmente é meu companheiro e que futuramente será o pai dos meus filhos, quero e lutarei por uma união eterna.
       Agora se você é solteiro te desejo sorte para encontrar um amor verdadeiro se é casado dê cada dia mais valor aquele alguém que está ali do seu lado para o que der e vier, afinal ninguém consegue viver o tempo todo sozinho.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sobre a resposta da promessa enterrada...

Biuller,
Não esperava de você uma homenagem da forma como veio. Desde que começou a escrever seu blog, vivo brincando que você não teria coragem de colocar em textos, as “aventuras” que passamos juntos, principalmente durante a juventude. E de repente, você decide narrar um conto sobre a nossa amizade, mas que um de nós já não está mais lá.... e o pior de tudo: vi você partindo...
 Nas cartas do seu pai, uma vez você me contou ter lido algo assim: "Onde está o coração de um homem, aí está o seu tesouro!" Éramos muito jovens para conhecer o real significado disso. Hoje, entendi que o maior tesouro de um homem é poder viver e envelhecer ao lado daqueles a quem ama. E você, meu irmão, é uma das razões que me fizeram compreender isso. Junto com minha filha e com minha esposa, a sua leal amizade sempre foi sólido alicerce onde sempre pude me reerguer após a vida dar os seus duros golpes. Lucas, meu coração está em vocês!
Por certo, naquele papel que ficou no fundo do pote de margarina, em breves palavras eu teria dito: "Biuller, perdão! Perdão por te deixar em carreira solo mais uma vez... Sei que fica na companhia de uma família divina, mas seu companheiro de devaneios sucumbiu... Perdão por não ter conseguido fazer realidade os nossos sonhos de trilhar os caminhos da música. Perdão por poder ter sido a barreira que impediu essa jornada... Perdão por não ter lhe dito mais vezes, o quanto sempre fui fã do seu talento... Perdão por não ter passado mais tempo ao seu lado, te ouvindo com a atenção que sempre mereceu, assim como teria feito seu irmão mais velho, que cedo se foi e que um dia atrevi-me a tentar preencher o lugar... Perdão por ter dado tanto importância ao trabalho e negado mais tempo àquelas nossas conversas sempre regadas a vinho, cerveja, churrasco e família... Perdão por não conseguir traduzir em simples palavras, o tanto que significou viver a sua amizade, caminhar passos ao seu lado e aprender junto contigo, as amargas lições da vida... Perdão... não consigo mais escrever... meu coração dói em imaginar você agora caminhando sozinho.... Biuller, aproveite o tempo que ainda tem... viva com seu filho e sua esposa tudo aquilo que puder... e fique tranquilo: quando não mais estiver entre eles, saiba que te encontrarei, seja lá aonde for, para continuarmos nossa história, nossa amizade. E dessa vez, eternamente! Afinal, The Biullers Forever!!!!
Um forte abraço, meu irmão.
Biuller


sábado, 22 de janeiro de 2011

Sobre uma promessa enterrada...

Caminhei a duros passos. Meus joelhos já não eram tão fortes e precisavam da ajuda da bengala, minha velha amiga. Enquanto me dirigia para o local de costume, apreciava a paisagem. As folhas amareladas no chão, a trilha batida que indicava o caminho por onde meus pés deveriam seguir, os pássaros calados a me observar do alto das árvores, acho até que sabiam o que eu estava fazendo ali. O dia era frio e ventava um pouco. As recordações eram muitas e encharcavam meu coração velho. Mas estava ali como o prometido. Após sua morte, havia lhe jurado retornar a este local e desenterrar o passado. Quando ainda éramos jovens, viemos a este local e enterramos duas cartas no pé de um salgueiro. Cada um escreveria o que viesse a mente, enterraríamos as cartas e só retornaríamos aqui depois da morte de um ou de outro. A vida prega peças e não segue uma lógica. Pensei que por ele ser mais novo, ele morreria depois. Me enganei.
Agora aqui estou, caminhando para o salgueiro. Ao chegar perto da grande árvore meu coração contraiu causando-me dor. Os passos ficaram mais pesados e minha bengala quase não suportava meu próprio peso. Estava sozinho. Tinha que estar. Fazia parte do combinado. Apoiei minhas mãos na imensa árvore e fui me sentando lentamente. Olhei para o tronco e vi a gravura entalhada com canivete: Biullers Forever.
Sorri com o canto da boca. Olhei para o chão e repousei a mão entre duas raízes. É aqui. Peguei a bengala que estava escorada na árvore e comecei a cavar. Minhas mãos e braços já não eram tão fortes como no dia em que abri o buraco pela primeira vez. Bastou pouco esforço para me deparar com a tampa do pote de margarina que serviu de urna para as epístolas. Suspirei, um pequeno filme me passou pela cabeça. Recordações de uma amizade que começou de uma brincadeira infantil quando ainda éramos estudantes e agora me pego aqui, cumprindo uma promessa de uma vida inteira, me esforçando, caminhando uma enorme distância simplesmente para atender um pedido. Mas ele era meu melhor amigo, meu parceiro ou como dizíamos “irmãos de alma”. Acabei de desenterrá-la com as mãos, era como revirar seu túmulo e retornar ao passado. Abri a tampa com facilidade. Olhei no fundo do pote e lá estavam as duas cartas. Instantaneamente distingui qual era a minha, com o coração aos pulos peguei a outra. O papel ainda estava incrivelmente conservado e sua textura intacta. Delicadamente fui desdobrando o papel até que a folha inteira se abriu pra mim. Prometi a mim mesmo não chorar, mas quase descumpri a promessa ao reconhecer sua letra. Bem! - respirei fundo – Lá vamos nós.
. Nela estava escrito o seguinte:

Biuller, se encontrar esta carta estarei feliz, sim, porque em primeiro lugar você cumpriu nossa promessa e em segundo, meu desejo se realizou.  Pedia a Deus que se você vivesse cem anos, gostaria de viver cem anos menos um dia, assim não teria que ver você morrer. Egoísta? Talvez. Mas pense. Se chorei no seu casamento, imagine o que aconteceria no seu velório? Melhor nem comentar. Ficamos separados muito tempo e nesse intervalo descobri que a amizade é como a saúde perfeita, seu valor é raramente reconhecido até que seja perdida. Em muitos momentos nossas histórias se confundiram. Você sabia a canção do meu coração até quando eu tinha esquecido a letra. Mas tudo bem! A vida é assim. Se você estiver lendo esta carta é porque eu já não estou aí pra te perturbar, então me faça um último favor. Quando morrer também e chegar ao lugar onde passará o resto da eternidade, pergunte ao responsável se você pode trazer um amigo. Um forte abraço, meu irmão.
Ass.
Biullerzinho.

Minhas mãos estremeceram, minha visão se turvou. Trinta minutos depois e lá estava eu, apertando o pedaço de papel contra o peito e chorando copiosamente. A carta era pequena, mas suas palavras simples e sinceras me fizeram desmoronar. Tinha prometido não chorar, mas no meu íntimo, sabia que seria impossível. Até algum dia companheiro. - disse deslizando a mão sobre a inscrição no tronco da árvore - Até algum dia.

Sobre a batalha do dia-a-dia...








"Lutamos e sofremos muito pra sobreviver e mesmo assim não queremos morrer  nunca"

 Flávia Marchesini Botós

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Histórias de Chico Goró sobre... Gatos e Gatas

Recolhi minhas traias de música da esquina. O dia não tinha sido muito proveitoso. Vinte e três reais não davam pra muita coisa, mas um lanchinho eu merecia. Peguei o violão e saí de lá pensando em comida. Quanto mais eu pensava, mais fome eu tinha. Entrei em uma lanchonete e pedi um bauru de presunto e queijo e claro, uma geladinha para esclarecer os pensamentos poéticos. Comi mais que depressa e bebi nem tão rápido assim. Voltei para a pensão da Rua São Paulo onde me escondo de noite a fim de sossegar o esqueleto. Quando já estava em sono profundo uma coisa estranha aconteceu. Um gato veio me contar histórias. Sim, quando digo gato é gato bicho mesmo. Perguntei a ele como conseguia falar comigo, me respondeu num pulo: - Do mesmo jeito que você me ouve, oras. Dito isso sorriu e saltou sobre a cômoda. Bem, pensei, vamos ouvi-lo então. Sentei-me na cama e ele sobre o rabo. Falou-me sobre política, gastronomia, matemática e até de música, assunto que muito me interessou. - Você sabe que gato escuta muito bem! Dei muitas gargalhadas e até ofereci um drinque ao meu amigo felino. Ele negou, porém aceitou leite, como não tinha continuamos a conversa até ele me olhar nos olhos e dizer com a voz sombria.
- Não somos do mal! Apenas independentes e individuais. Diferente dos cães. Somos boêmios, tranqüilos, inteligentes e quando fazemos algo pode ter certeza que é para o bem maior. - Porque esta falando isso pra mim? Questionei meu novo amigo de quatro patas. - Um dia você vai se lembrar das minhas palavras. Respondeu.
No outro dia acordei me sentindo muito bem. Peguei minhas coisas e fui para a esquina da Rua Brasil com a Sergipe. As pessoas que transitavam pelo local me olhavam diferente, umas até riam de mim sem disfarçar. Incomodado com aquilo tirei meu vilão e comecei a trabalhar. As pessoas colocavam dinheiro no meu chapéu sorrindo e me cumprimentavam pelas músicas. Opa! Muita sorte aquele gato me trouxe, pensei. No fim do dia quando fui recolher novamente minha traia, uma surpresa agradabilíssima me ocorreu. Um gato igual ao do meu sonho surgiu do nada. Veio de mancinho foi até meu chapéu e abocanhou uma nota de vinte reais, a maior que eu tinha, e provavelmente a única de vinte que um dia alguém se atreveu a dar para um músico de rua, analisado a situação financeira atual. Quando fui protestar avançando sobre o bigodudo, ele respondeu com aquele som característico de gato bravo. Estaquei no lugar e só pude segui-lo com os olhos carregando meu dinheiro pra longe. Quando ele virou de costas, percebi algo que não tinha notado na noite anterior. O gato era gata. Achei estranho, pois sua voz era grave e poderosa quando falou comigo no quarto. E assim ela, ou ele, sei lá, se foi ou se foram. Quando voltava pra casa me deparei com uma gatinha, essa sim mulher, e a convidei para tomar uma antes de me jogar na cama, e com ela talvez a tiracolo. Depois de muitas cervejas e risadas ela pediu licença pra ir ao banheiro. Como todo homem que se preze, acompanhei sua trajetória até o toalete conferindo a mercadoria situada na parte superior da coxa. Meu sorriso se fez bico quando, ao invés de entrar no banheiro feminino ela entrou no masculino. Rapidamente me levantei , paguei a conta e fui embora. Ela poderia estar embriagada e ter se enganado de porta. Já fiz isso sem beber um gole de nada. Porém, errar é humano, mas errar em duas noites consecutivas é idiotice. 
Tenho comigo um ditado que serviria como álibi para me justificar nessa história, “A noite todos os gatos são pardos”. As gatas também!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sobre realidades desiguais... Karen Marchesini Arduino

Uns com tanto, outros sem nada! Quem nunca pensou isso ao se deparar com uma situação da mais profunda pobreza, alguns não têm nem o essencial para se sustentar, outros agem como se nada tivesse valor.
Já parei para pensar nestas injustiças por diversas vezes em minha vida, e cada dia mais aprendo. Recentemente ocorreu-me um episódio, onde consegui da forma mais singela possível realizar o sonho de alguém. E foi tão simples tão gratificante, que me senti um ser humano melhor.
Muitas vezes vivemos diante de situações que fazem com que deixemos de dar valor as pequenas coisas para pensarmos em coisas grandiosas, e quando concretizamos o restante parece não ter sentido.
Talvez o que tenho ali parado sem uso ou serventia possa realizar o sonho de alguém, é tão simples, tão pequeno, tão singelo: uma sensação estupidamente prazerosa.
Naquele dia por um longo instante meu coração pulou ao ver a felicidade de outrem estampada: eu fiz alguém feliz.
Com a correria desta inquietante vida, nem paramos para dar atenção, olhar por aqueles que precisam e tem sonhos a serem realizados da forma mais modesta possível, parecemos sempre loucos, trabalhando, olhando no relógio, com mil compromissos, uma rotina muitas vezes sem sentido algum, parecemos robôs programados para as mais diversas atividades.
Por que não parar para olhar a paisagem, por que não realizamos com freqüência o sonho de alguém? Diante de todos estes pensamentos complexos que povoam minha mente, recomendo: se você nunca se importou com o sonho de um desconhecido, tente nem que seja por uma única vez fazer alguém mais feliz, é simples: dê apenas um pouquinho daquilo que não faz falta, e conheça uma sensação única, de sentir sua alma e seu coração mais leves. Experiências assim tornam nossa vida mais valiosa. Confie!
Desigualdades sociais existem em todos os cantos do mundo, mas você é um só e pode dar a mão a alguém para vê-lo sorrir.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Poema em linha reta...Interferência do Interlúdio - Dhyan Shanasa

Não é então estranho que tenhamos essa estranheza diante de nós? O que somos está mais distante, num passo mais adiante que o logo após.
Não é verdadeiro aquilo que tenho feito e dito, ou mesmo tratado? O que desejamos está mais próximo do que achamos ser errado.
Ah! Há tão poucas pessoas que amem essas coisas que nunca existirão! Somos tão pequenos, tão sentidos um pelo outro, de uma conexão tal que se me escapam as palavras!
Negamos então, convictos de ser assim, que algo que está tão próximo de mim, seja sincero e sem fim? 
Então não, não caminhemos no outeiro nas tardes altas construídas de um tédio de mim mesmo, que desliza de auto abaixo manchando de ópio o sonho de o sonhar. Foi mais um pensamento meu de ti que a mim sinto e digo, e recordo tê-lo dito te amar.
Assim, nestas lacunas de uma noite cheia de estranhamentos, ouve-se um sussurro de um singelo lamento...
Deixe-me ignorá-lo! Ignorá-lo é prová-lo já, sem máscaras ou ficções de interlúdios fixadas,
Sem almas ou ternas formas armadas de inverno secular,
E assim possamos ser como duas figuras num longínquo vitral, entrelaçadas de laçadas amalgamadas nas cores que se desfiguram,
No sentido mudo e cru das mais breves coisas breves,
Sendo o que temos sido um ao outro,
Deixando o que seremos depois disto, estando mais próximo de um qualquer paraíso.
Deixe-me ignorar-te! Ignorar-te é prová-la já, sem suspiros de um coração de jaspe negro, sem conflitos de uma alma fanada, cercada de muros altos e sem ser que a si se assombre.
Tratemos disso...
Sê verdadeiro naquilo quanto faças, pois assim será Tu;
Sê verdadeiro naquilo quando faças, pois assim será Todo.

Me peguei dormindo... Passa, se eu me medito; se desperto, passou.

Sobre o valor das coisas...

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

                                                                    - Fernando Pessoa-

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sobre a Amizade... crônica de "Karen Marchesini Arduino"

Você tem amigos verdadeiros, aqueles que não importa onde você estiver, no seu aniversário eles dão um jeito de te ligar, tentam, o dia todo e mesmo não conseguindo enviam alguma mensagem nem que seja um sms, e-mail ou algo do tipo?
Pois bem, se você lembrar de pelo menos um nome de alguém que tenha este perfil, garanto-lhe que tens um amigo verdadeiro. Por que amizade verdadeira é essa, que o tempo parece não passar, que os anos lado a lado são as experiências mais abençoadas que existem, alguém que sabe te enxergar muito além do que é profissionalmente, do seu sobrenome, da sua influência social, alguém que te quer bem, que é feliz com sua felicidade e que te deseja o bem de coração aberto.
Mas não pense que isso é fácil de se encontrar, talvez seja coisa de Deus, pois não há explicação, é algo muito puro que não envolve laços familiares de nenhuma ordem: é meu amigo e pronto.
Colegas, temos aos montes por toda parte, mas amizade é diferente. É ter alguém para conversar de igual para igual, sem medos e receios, é ter prazer ao ver esta pessoa chegando, ligando, te procurando, é ser feliz é dar risada das mesmas coisas, é compartilhar a vida.
Poxa, como eu queria ter mais amigos, mas é tão difícil. Hoje em dia parece ser algo extinto, as pessoas sempre se aproximam com algum propósito definido e isto é tão pobre, tão pequeno, tão nojento que ao percebermos que estão ao nosso lado, apenas para fofocar sobre nossas vidas para outras pessoas, nos leva a refletir sobre algo da mais pura podridão.
Ah meus amigos, como prezo por vocês em minha vida e como são importantes. Obrigada por existirem!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Histórias de Chico Goró - Sobre Solidão...

Saí para beber e espairecer um pouco. As ruas estavam encharcadas e o dia ainda não tinha sorrido,  o crepúsculo sim. Arrastando os pés pelas poças, vendo o reflexo das luzes dos postes público, acabei encontrando Xerém, um mendigo moribundo que sobrevive de trocados recebidos por guardar carros a noite. Ele olhou pra mim dizendo: - Posso guardar seu carro senhor? Sorri e segui adiante. Carro. Nem bicicleta eu tenho. Entrei no bar, “Bond Pub”, refúgio dos enveredados poetas, músicos e toda a escória cultural da cidade.  – Chileno! Chamei o dono do botequim. – Manda uma geladinha pra eu pensar melhor. A cerveja do Bond era a mais gelada da cidade. Por isso, quem apreciava e entendia do assunto baixava lá. O primeiro gole desceu sem fazer barulho. Acomodado, olhei ao redor sorvendo a atmosfera. Certamente minha mãe não se orgulharia de me ver ali.  Dane-se. Não me importo com isso também.
Mais tarde fiquei sabendo de um concurso poético que iria rolar depois das duas e meia da manhã. Peguei um guardanapo de papel e me debrucei sobre a mesa. Rabiscando algumas palavras terminei um poema que intitulei “Merda!”.
Depois das duas e pouco da madruga, como previsto, várias figuras ocuparam o palco. Lindas poesias foram recitadas ali. Cheguei a me emocionar ouvindo algumas delas. Foi quando de súbito Chileno me chamou ao pequeno palco no fundo do bar. Sem cerimônia subi os dois degraus e me postei perante a platéia apreensiva e ansiosa.
- Merda! Disse em alto e bom tom. - É o título.

A solidão é etérea.
Todos nós, em algum momento sentimos solidão.
Solidão de fé, solidão de carinho.
Solidão de amigos e por ficar sozinho.
Por isso na noite mais fria
Acenda uma grande fogueira
Por que a solidão é etérea
E provoca a cegueira
Sigo o caminho sozinho
Pois o fim nunca chega
Já não basta ter que colher os espinhos
Dessa pacata vida de merda.

Depois da poesia o silêncio do bar me tomou de assalto. Me olharam como um réu.
Que se dane! Pensei.
Voltei pra casa, mas fiz questão de passa por Xerém novamente. Gritei seu nome e lhe joguei uma moeda. – Valeu tiozinho! Ninguém chegou perto do seu carro não, belê. Apenas acenei com a cabeça e continuei meu trajeto pensando no que o moribundo havia me dito. Só sente solidão quem desfrutou de algum tipo de amor. Portanto, o amor é igual ao meu carro. Como o mendigo pode zelar por algo que não existe.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sobre o AMOR...

O amor é um sentimento nascido dentro da alma. Ele percorre todo o corpo instalando-se no coração.
Queria ter o poder de manifestar esse amor de forma a se tornar visível.
 Queria escrever tal amor, utilizando palavras nunca antes escritas por poeta algum.
Mas o amor é simples, puro, vindo dos primórdios. Descrito por grandes mestres, poetas e gênios.
Quisera eu ter esse poder. O poder de materializar um sentimento, exemplificar o inimaginável, tornar palpável a síntese da alma.
Pois o amor é isso, a síntese da alma.
Quando ajudamos o próximo, lá está o amor
Quando sorrimos ao vermos a pureza de uma criança, lá está o amor
Quando sem ganhar nada em troca incluímos os amigos em nossas orações, lá está o amor
Quando choramos ao ver uma mãe procurando o filho desaparecido sob escombros, lá está o amor
Mas não serei moroso, pois o amor é espontâneo.
Amor é o que sinto, amor é o que desejo.
Sem amor não seríamos humanos, sem amor sequer existiríamos.

Sobre a nova terra... "Visão Noética"

No = Não,  Ética = Moral – Noética = Sem moral   – Brincadeirinha, claro.

Imaginemos que Deus, ao fazer o mundo pensasse da seguinte maneira:
- Povoarei esta terra com indivíduos que serão minha imagem e semelhança.
Pois bem, a grosso modo podemos dizer que, ao construir o mundo Deus não colocou a “mão na massa”. Realizou suas obras apenas com o pensamento, com sua energia cósmica. Se ele realmente nos fez a sua imagem e semelhança, certamente nos deu, para não exagerar, pelo menos um décimo dessa capacidade. De qual capacidade estou falando? O poder do pensamento.
 Hoje muito se fala do poder do pensamento positivo, do poder da atração, de vibrações e emanações de energia, etc. No entanto, tudo se converge para um fato. Nosso cérebro é muito mais do que uma massa cinzenta que serve para raciocinar e armazenar fatos e lembranças. Temos, guardado dentro da caixa craniana uma verdadeira arma.
Tudo que existe foi criado ou pode ser modificado pelo pensamento.
Estudos comprovam que a força do pensamento, além de transformar vibrações em sensações sentidas pelo corpo, tem o poder de transformar a matéria. Imaginemos um copo com água colocado dentro de um congelador. Uma pessoa, pensando apenas coisas boa e alegres pode transformar a água em pequenas formações de cristais incrivelmente uniformes, a medida que vai passando do estado líquido para o sólido. O contrário também procede.
Sendo assim conclui-se que a fé nada mais é que o pensamento direcionado. E quando dizemos que “a fé remove montanhas”, não duvide disso.
Estamos mergulhados em um pessimismo nunca visto antes na história mundial. Violência, terrorismo, guerras, desastres da natureza, eventos que nos jogam cada vez mais para o fundo de um precipício chamado esmorecimento. Nossa mente vê e reproduz sob formas de ondas magnéticas, pensamentos ruins. Isso está alavancando uma reação em cadeia que pode nos destruir em pouco tempo. Enquanto estivermos afundados em pensamentos negativos, nossa atmosfera cinergética trabalhará contra nós, empurrando-nos cada vez mais para o fundo dessa depressão.
Muitas religiões acreditam em um lugar tranqüilo, puro, onde a paz reina soberana. Talvez esta seja a tradução para o céu. Lugar habitado por pessoas que conseguiram evoluir suas mentes e pensamentos, voltando-os apenas para o bem, podendo assim emanar vibrações que construam e sustentem esse lugar tão desejado por todos nós. Mas o Mundo não está perdido. Acredito numa transformação radical, uma varredura completa, uma seleção dessas mentes, onde restarão apenas pessoas de bem povoando esse ínfimo planeta. Afinal, tenho “fé” e a certeza de que Deus, o bem, é muito maior e mais forte que o mal.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sobre sucesso, 20 dicas... e-mail enviado por "Alaor Ricardo Botós".

20 dicas de sucesso
 1.    Elogie três pessoas por dia
 2.    Tenha um aperto de mão firme
3.    Olhe as pessoas nos olhos
4.    Gaste menos do que ganha
5.    Saiba perdoar a si e aos outros
6.    Trate os outros como gostaria de ser tratado
7.    Faça novos amigos
8.    Saiba guardar segredos
9.    Não adie uma alegria
10. Surpreenda aqueles que você ama com presentes inesperados
11. Sorria
12. Aceite sempre uma mão estendida
13. Pague suas contas em dia
14. Não reze pra pedir coisa, reze para agradecer e pedir sabedoria e coragem
15. Dê às pessoas uma segunda chance
16. Não tome uma decisão quando estiver cansado ou nervoso
17. Respeite todas as coisas vivas, especialmente as indefesas
18. Doe o melhor de si no seu trabalho
19. Seja humilde, principalmente nas vitórias
20. Jamais prive uma pessoa de esperança.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sobre ideias divergentes, porém verdadeiras... Em pauta : "Picasso, Rodin e etc"

Acho muito excitante quando pessoas inteligentes debatem sobre assuntos interessantes. Com vocês - Dhyan Shanasa e Murilo Belotti. Pensamento...

Murilo disse... (Sobre a crônica de Shanasa)
Vou discordar de você. Não sobre a arte, pois não entendo nada dela, mas sobre a filosofia e o pensamento.
Pensar é banal. Todos os seres vivos pensam, pois fazem escolhas, por menor que sejam (comer, se mover, reproduzir, todos esses atos são frutos do pensamento).
A diferença está em raciocinar, que é organizar os pensamentos, para chegar a um resultado novo.
Raciocinar não é banal, não é simples, mas também não é exclusivo do ser humano.
A filosofia é uma forma de organizar o pensamento e o raciocínio. A filosifia só existe na mente do homem.
É fato que a filosofia não produz efeitos concretos, mas não é menos fato que a filosofia nos ajuda a refletir melhor e, assim, buscar as soluções para os problemas concretos.
Por isso, entendo que a filosofia faz parte da solução dos problemas e, assim, ela é importante.
Aliás, discutir se o pensamento é ou não importante, é uma forma de filosofar.
Abraços
Murilo



Dhyan Shanasa respondeu...




Murilo, seu comentário está correto. Mas está correto dentro dos limites do pequeno mundo que chamamos "pensar". Raciocínio é apenas uma forma "sofisticada" de pensar, mas se é pensar, continua sendo banal. A banalidade de algo não pode se alterada por ser mais enfeitada. De fato, problemas não existem, são conceitos sociais, e só existem pq pensamos. Tire o pensamento e verá q o problema some. Em verdade o problema é O pensamento em si, pois ele é a origem e a fonte de toda a deturpação, dualidade e misérias humanas. Discordar ou concordar disso é indiferente, pois a natureza das coisas não precisa de concordância ou discordância pra continuar a ser verdade. Descartes estava errado, pois "penso logo existo" não é uma afirmação exata. O que somos, em origem e forma natural, não tem nada com o pensamento. Nossa sensação de existir vem do pensamento, nosso chamado "eu", essa partícula centralizada que nos separa do Todo. Neste aspecto sim, "penso logo existo", pq me sinto existindo, mesmo sendo irrreal. Contudo, a discussão é bestial, como diria alguém, e discutir pontos de vista é besteira. Dito isso, ponhamo-nos em silêncio.


Murilo tréplica...




Dhyan, entendo sua posição e respeito, mas não posso deixar de apontar que a premissa básica do seu silogismo está errada.
O pensamento não cria o problema.
Por exemplo, se tenho fome, tenho um problema, preciso comer (solução) e tenho que descobrir como (pensamento/raciocínio).
Assim, mesmo sem pensar, vou continuar com problema (fome).
O pensamento só será a causa da miséria humana se você adotar a teoria da equivalência das condutas, ou conditio sine qua non. Porque, assim, toda as condições anteriores serão a causa da miséria humana e, por evidente, todo ato é precedido de um pensamento.
Assim, como o pensamento é a base de tudo, é o culpado de tudo.
Contudo, essa teoria conduz ao absudo, porque tanto na base do sistema capitalista (que visa o acúmulo de riqueza e, por derivação, o aumento da miséria, para aqueles que não conseguem acumular riqueza) quando na base do sistema comunista utópico (que sonha com a divisão da riquesa em partes iguais e o fim da miséria) está o pensamento.
Com efeito, o pensamento seria, ao mesmo tempo, vilão (causa da miséria) e mocinho (solução para a miséria), o que é contraditório e, deste modo, logicamente inaceitável.
Por tudo isso, eu discordo da sua opinião.


Dhyan Shanasa - tréplica em resposta a tréplica ...

Murilo, vc me fez rir lendo o comentário haushiasiuh achei divertido, lembrou-me o Dr. de Moliére. Veja, não estou aqui pra concordar ou discordar de vc. A coisa é o que é, e o evidente está além da lógica do pensamento, e mesmo q o ser humano não o constate, ele continua evidente e verdadeiro, quer queiramos ou não. O pensamento é o "vilão e mocinho" e você ainda não compreendeu o que quero dizer justamente por estar preso a lógica. Tire a lógica da jogada e verá... A vida é em todos os sentidos contraditória. Em todos os momentos, a cada segundo, a cada respiração ela se contradiz. E é essa contradição existencial q faz dela única, q faz dela eterna em si mesma e infinita dentro de um momento finito. O pensamento gera o plano de fundo. Não pense que o pensamento advém da tua vontade, ele nem pertence a vc, ele só passa, por mero acaso, por nós, e a função dele é apenas uma: dar-nos a sensação de falso centro, de separação, de indivíduo. O pensamento é um mecanismo, sendo ele usado de forma consciente, oq, diga-se de passagem, não acontece, seria benéfico. Da forma tal como é feito, ele é por si só uma praga. Contudo, só há benefícios dentro do pensamento, pq a natureza dele é a de gerar dualidade, sendo assim, se se tira o plano de fundo do pensamento e deixa-se apenas o Observador, não há dualidade e por fim o benefício e o malefício somem. Nossa ideia de "eu" vem deste falso centro criado pelo pensamento. O mundo q te cerca neste momento é uma projeção dele. O Observador é o mestre do "eu" . Que outro mestre poderia existir ? Tudo existe , é um dos extremos. Nada existe é o outro extremo.
Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos,
e seguir o Caminho do Meio q é de apenas observar as coisas tal-qual-são. Não vou dizer a você que as coisas são de um jeito ou de outro; mas, se o pensamento é real, onde está? E, se o mundo é real, onde está? O pensamento é puramente não-existencial, e necessita do Observador para fingir existir. Tire o foco do pensamento e sobra oq? Nossa natureza.