Em um belo dia de verão, um homem caminhava pela praça
central de uma cidadezinha no interior do Rio Grande do Sul, quando se deparou
com um senhor chorando copiosamente, sentado no banco desta mesma praça.
Comovido, sentou-se ao lado do homem e perguntou se poderia de alguma, forma ajudá-lo.
O homem balançou a cabeça e respondeu que não, seu sofrimento não tinha cura
e suas esperanças chegaram ao fim.
Contou ao homem que havia trabalhado muito, erguido uma grande
e incalculável fortuna, estava estabilizado e muito bem de saúde, porém seu
único filho, à poucas horas atrás, renunciara toda sua herança. O senhor ainda
chorando perguntou ao homem:
- De que valeu todo meu esforço se agora, no fim da vida,
meu único filho não quer nada de mim, nada do que construí?
O homem, apesar de ter menos idade que o pesaroso senhor lhe
disse:
- A vida é uma balança muito precisa. Temos que, ao longo
dela, equilibrar seus lados. De nada adianta nos matarmos de trabalhar e deixar
de lado nosso lar e nossa família.
O senhor chorou ainda mais. As palavras acertaram direto seu
culpado coração. Então, o homem o abraçou e disse serenamente:
- Ainda há tempo. Abra seu coração ao seu filho e mostre a
ele todo o seu amor. Fortuna e posses não compram o respeito e a admiração dos
seus, da mesma maneira que dinheiro nenhum pode comprar a felicidade e a paz de
espírito.
O senhor olhou nos olhos do homem e perguntou:
O que devo fazer então meu amigo?
O homem respondeu com um sorriso nos lábios:
- Trabalhe muito, mas não para construir um império e sim
para edificar sua casa. Plante abundantemente, mas não na terra e sim no solo
do coração. Não retribua suas bênçãos apenas com o suor do seu rosto, deixe
florir seu sorriso mais belo em agradecimento as graças recebidas. Doe amor,
empreste alegria, distribua a paciência, propague a harmonia. Se fizer tudo
isso vai adquirir a fortuna mais importante e deixar a herança mais significativa
que um homem pode almejar, pois lembre-se: “ O AMOR É O MAIOR DE TODOS OS LEGADOS!”